MADALENA | Nova dimensão de arte, Artivive, estreia nos Açores com David Griessel

Artivive é uma ferramenta que permite artistas criarem novas dimensões de arte, ligando a arte clássica à digital. O digital abre portas para um mundo totalmente novo de possibilidades, e foi exatamente isso que o Sul Africano David Griessel fez e está em exposição, pela primeira vez, em Portugal.

Patente na Biblioteca Auditório da Madalena, até janeiro 2024, as obras de desenho, com o apoio da aplicação Artivive, através de smartphone ou tablet, mostram um novo mundo onde o 2D se torna em animação. 

“Meus desenhos podem parecer simplesmente cenas de fantasia caprichosas, mas na verdade os temas que tento visualizar são muitas vezes mais sérios e pessoais. Minha arte caminha entre a diversão e a solenidade, o capricho e a reflexão,” admite o artista. “A ilustração em si não é vista por muitos como parte da família das ´Belas Artes´, mas como um filho bastardo gerado numa união escandalosa entre palavra e imagem. Minhas ilustrações são meus próprios filhos bastardos inquietos: não se sentem completamente à vontade em galerias de arte, mas também não se sentem confortáveis entre as capas de um livro – como o seu criador, sentem-se mais seguras na periferia, no limiar e na fronteira.”David nasceu e foi criado na cidade de Bloemfontein, onde é co-proprietário da The Co-Op Gallery. Completou a sua licenciatura em Belas Artes na Universidade do Estado Livre, em 2012. Desde então, tem sido um ilustrador de livros e artista premiado. Expôs em várias galerias comerciais e museus na África do Sul e também na França. O seu trabalho está em coleções particulares por todo o mundo. É representado pela Art@Africa na Cidade do Cabo e pela Julie Miller African Contemporary em Joanesburgo. 

“Há temas, metáforas, símbolos e conceitos que se repetem ao longo do meu trabalho: o nómada viajante, a deslocação, a alienação, a destruição e a melancolia são exemplos destes motivos,” descreve David Griessel. “Intercaladas entre minhas obras estão referências à literatura que incluem Kafka, Nietzsche, Samuel Taylor Coleridge e T.S Elliot. Encontro tanta inspiração na literatura quanto na história da arte e muitas vezes emprego um senso narrativo proeminente nos meus desenhos. A minha prática artística é um ato de construção de um universo paralelo, um desenho de cada vez. Eu intitulo o meu mundo alternativo de Duskland.”

“Duskland” abriu durante o festival AnimaPIX, na ilha do Pico, e fica patente até 5 de janeiro, na Biblioteca Auditório da Madalena. Visite durante as horas de expediente. 

MIRATECARTS/RÁDIOILHÉU