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AÇORES | Chega pede urgência para resolver problemas dos enfermeiros que se arrastam há 20 anos

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As reivindicações do SINDEPOR – Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal não são novas e há problemas que se arrastam há mais de 20 anos que carecem de uma rápida resolução, sob pena de se prejudicar os cerca de dois mil enfermeiros que trabalham nos Açores.

Numa reunião entre o deputado José Pacheco e o coordenador do SINDEPOR nos Açores, Marco Medeiros, foram apresentadas as principais dessas reivindicações, nomeadamente no que diz respeito ao reconhecimento dos enfermeiros especialistas, à falta de incentivos para a fixação daqueles profissionais de saúde, assim como o não reconhecimento de horas extra feitas pelos enfermeiros que acompanham doentes fora da sua ilha de residência.

O deputado José Pacheco reconhece que há questões que estão a ser trabalhadas, “muito fruto do trabalho do Dr. Clélio Meneses e agora da Drª Mónica Seidi, relativamente a coisas que se arrastavam há mais de 20 anos”, no entanto, salienta que há outras situações que urge resolver. Além do reconhecimento dos enfermeiros especialistas e do seu reposicionamento na carreira, o parlamentar do CHEGA reforça a necessidade de haver um verdadeiro incentivo à fixação destes profissionais de saúde.

“Uma coisa muito importante que precisamos nos Açores, por sermos nove pedaços descontínuos de terra, é de ter um verdadeiro incentivo à fixação de enfermeiros. No passado, fez-se alguma coisa de positivo, mas depois descuidou-se. Não podemos descuidar. Temos de criar incentivo para a fixação, especialmente nas ilhas mais pequenas ou mais despovoadas”, explicou José Pacheco que entende que sem incentivos os profissionais preferem outras ilhas ou até sair da Região. Uma situação que importa resolver, até porque nas ilhas mais pequenas há enfermeiros que têm 300 feriados para gozar de folgas, devido à impossibilidade de serem substituídos.

Na reunião foi ainda abordada a questão das horas extra feitas pelos enfermeiros, que deverão ser mais bem compensadas, sob pena dos profissionais apenas fazerem as 150 horas anuais que lhes compete e abdicarem de fazer mais, sobrecarregando ainda mais o Serviço Regional de Saúde.

“Há mecanismos no código do trabalho que podem melhorar a vida aos enfermeiros”, alerta o deputado do CHEGA que admite que em causa não estão apenas os enfermeiros, mas sim os Açorianos. “Se os enfermeiros não forem bem tratados, os Açorianos não podem estar à espera de ter um bom tratamento”, refere.

O CHEGA mostrou-se, por isso, disponível para trabalhar com o Governo Regional, seja ele qual for, no sentido de encontrar soluções para estes profissionais. Até porque, referiu José Pacheco, “temos de estar lado a lado com os sindicatos, os profissionais e os governantes” para resolver situações que se arrastam no tempo prejudicando “não só enfermeiros como outras profissões essenciais ao desenvolvimento dos Açores”. No entanto, alertou que estas questões não podem servir para guerras políticas, “quando são as populações as mais prejudicadas com este tipo de situações”.

Neste sentido, José Pacheco lembrou a aprovação, no Parlamento Regional, do Cheque-saúde, proposto pelo CHEGA, que seria uma mais-valia em termos de benefícios de saúde dos Açorianos e que “era bom que se executasse para se aliviar o Serviço Regional de Saúde e ter um tempo mais curto de tratamento, diagnóstico e resolução de patologias para os Açorianos”, concluiu.

CHEGA/AÇORES/RÁDIOILHÉU

Mauricio De Jesus
Maurício de Jesus é o Diretor de Programação da Rádio Ilhéu, sediada na Ilha de São Jorge. É também autor da rubrica 'Cronicas da Ilha e de Um Ilhéu' que é emitida em rádios locais, regionais e da diáspora desde 2015.