AÇORES | PS apresenta proposta para inverter tendência crescente de obesidade infantil na Região
O Grupo Parlamentar do PS vai apresentar no Parlamento dos Açores, um projeto de resolução que recomenda ao Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) que, na elaboração do próximo Plano Regional de Saúde, introduza ações de forma a “voltar a reduzir os números da obesidade infantil”, que registaram uma subida em 2022, “invertendo a tendência de redução que se vinha registando ao longo de anos, até 2019”.
Tiago Lopes apresentou a iniciativa em Angra do Heroísmo, citando os mais recentes dados do COSI (Childhood Obesity Surveillance Iniciative, ou Iniciativa de Monitorização da Obesidade Infantil), programa da Organização Mundial de Saúde, promovido também em Portugal, coordenado pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge.
“Este estudo revelou que 22,8% das crianças Açorianas entre os 7 e os 8 anos de idade sofrem de obesidade infantil, ou seja, os Açores têm a mais alta taxa de obesidade infantil de todo o País”, salientou.
O parlamentar do PS sublinhou, igualmente, que 43% das crianças Açorianas apresentam “excesso de peso”, que coloca também os Açores no “topo da tabela do país” neste mau indicador.
Tiago Lopes frisou que, devido à inação deste Governo Regional do PSD/CDS-PP/PPM, “em apenas 3 anos, a Região regrediu 15 anos na área da promoção da Saúde”, recordando que “em 2008, a Região apresentava 46,6% de prevalência de excesso de peso e 22,8% de obesidade infantil”, números que levaram os Governos Regionais anteriores, da responsabilidade do PS a “implementar medidas que inverteram aquela tendência no espaço de cinco anos”.
“Entre 2008 e 2019 todas as regiões do País mostraram uma redução na prevalência do excesso de peso e da obesidade e o decréscimo mais acentuado verificou-se nos Açores, com uma diminuição de 10,7 p.p. (46,6% em 2008 para 35,9% em 2019)”, recordou.
Tiago Lopes admitiu que, como se previa, a Pandemia “contribuiu para o aumento da obesidade infantil”, mas destacou que o excesso de peso e obesidade “aumentaram nos Açores em 7,1%”, enquanto que “o aumento nacional foi de cerca de 2%”.
Por outro lado, Tiago Lopes acrescentou que os Açores foram “a Região com a menor taxa de aleitamento materno (73,8%), um decréscimo acentuado comparativamente a 2008 (82,1%)”.
O deputado do PS recordou que iniciativas como “Os Super Saudáveis”, que promoveram a alimentação saudável junto de crianças e jovens nas escolas, iniciada em 2018 e dinamizada pelo Núcleo Regional dos Açores da Liga Portuguesa Contra o Cancro, em parceria com o Governo Regional de então “obtiveram bons resultados e até prémios” e destacou o que vários especialistas já salientaram publicamente, nomeadamente, que os “ótimos resultados da Região com a diminuição da obesidade infantil se deviam justamente à intervenção escolar”, uma iniciativa junto das crianças que terá “desaparecido”.
Em concreto, com a sua proposta, os deputados do PS pretendem que o Governo Regional, no âmbito do próximo Plano Regional de Saúde, a “reativação de um programa regional para a promoção da alimentação saudável, estabelecendo como áreas de intervenção prioritárias a saúde infantojuvenil e a saúde escolar, a promoção do aleitamento materno, o incentivo à frequência de consultas de nutrição e a promoção da literacia em Saúde”.
Os socialistas pretendem, também, que Governo Regional envie ao Parlamento dos Açores, no prazo de três meses, um relatório com o ponto de situação da obesidade infantil na Região, que inclua o grau de implementação e de execução de medidas de combate à obesidade infantil.
“Perante os maus resultados de 2022, o Governo Regional tem de recuperar rapidamente boas práticas, tem de recorrer a novas formas de olhar a problemática da obesidade infantil e novas formas de atuar, a implementar já no corrente ano escolar de 2023/2024”, finalizou o deputado do PS, Tiago Lopes.
GPPS/AÇORES/RÁDIOILHÉU