ATUALIDADE | Artur Lima lança desafios aos Embaixadores da UE acreditados em Lisboa a nível social e ambiental
O Vice-Presidente do Governo Regional dos Açores, Artur Lima, reconheceu hoje, em Angra do Heroísmo, a importância que os “diversos programas europeus e apoios comunitários” tiveram para “tirar as nossas ilhas dos níveis de subdesenvolvimento”, esperando, no entanto, contar com o “apoio” dos Embaixadores para lidar com “desafios persistentes” na Região.
“Ainda há muito a fazer, porque os desafios são persistentes, quer a nível social, quer a nível ambiental”, salientou.
Artur Lima falava hoje no Palácio dos Capitães-Generais, no âmbito de uma receção aos Embaixadores dos Estados-Membros da União Europeia acreditados em Lisboa, que estão de visita aos Açores até sexta-feira.
Em matéria social, Artur Lima lembrou a existência de “diversos indicadores que colocam os Açores na causa da Europa”.
“Convido-vos para, em conjunto, trabalharmos na definição de uma nova visão para combater o abandono escolar precoce, as desigualdades e a pobreza, em Regiões Ultraperiféricas como a nossa”, afirmou.
No entendimento do Vice-Presidente do Governo, a definição de uma “nova visão” para “enfrentar a pobreza” deveria merecer a “criação de um programa de apoio comunitário específico, com fundos próprios e com um cronograma de execução sensível aos constrangimentos insulares”.
No plano ambiental, o Vice-Presidente do Governo colocou à consideração dos Embaixadores a possibilidade de os Açores estabelecerem “relações de cooperação” com outras regiões europeias no que concerne às energias renováveis para “reduzir emissões de CO2” e “diminuir a dependência de combustíveis fósseis”.
“Um dos projetos-piloto que poderia ser trabalhado e estudado teria que ver com o estabelecimento de uma rede de transporte de energia renovável por cabo submarino entre as ilhas do Grupo Central dos Açores”, avançou.
O objetivo seria, de acordo com o governante, “evitar desperdícios de energia produzida, redistribuindo e partilhando o potencial energético” entre a Terceira, São Jorge, Graciosa, Pico e Faial.
“Os pedidos que vos faço são pequenas propostas que poderão significar um grande progresso para esta terra”, concretizou.
Durante o briefing dirigido aos Embaixadores, Artur Lima apresentou um “breve retrato” geográfico e histórico da Região Autónoma dos Açores, lembrando que as “ilhas são muito diferentes, tanto em tamanho, como em população”.
“A distância entre as nossas ilhas também varia muito. As duas que estão mais próximas estão apenas a seis quilómetros de distância. No entanto, seiscentos quilómetros separam as duas que estão mais afastadas”, evidenciou.
Apesar de se tratar de uma “região bastante pequena, em termos territoriais e demográficos”, Artur Lima assinalou que os Açores possuem uns “impressionantes novecentos e trinta e oito mil quilómetros quadrados de Zona Económica Exclusiva”.
Em termos históricos, o governante recordou que o “arranque do regime autonómico, ao nível do seu financiamento e infraestruturação, ficou a dever-se ao contributo extraordinário da Base das Lajes, situada na ilha Terceira”.
“Além da importância que a Base das Lajes assumiu na construção da Autonomia, esta foi igualmente determinante na preservação da paz na Europa e no Mundo durante a Guerra Fria”, frisou.
A terminar, o Vice-Presidente do Governo, Artur Lima, transmitiu que espera contar com a ajuda dos Embaixadores junto das autoridades competentes dos seus países e das instituições europeias.
Os Embaixadores da União Europeia acreditados em Lisboa estão a realizar uma visita de trabalho aos Açores. Na tarde de hoje, farão uma visita à Base das Lajes e amanhã estarão na ilha de São Miguel.
GRA/RÁDIOILHÉU