ATUALIDADE | Bloco vai levar proposta ao parlamento para impedir aumento dos preços nos autocarros se o Governo não voltar atrás na decisão
Se o Governo não voltar atrás no aumento generalizado do preço dos bilhetes de autocarro, o Bloco de Esquerda vai levar uma proposta ao parlamento com urgência para baixar o preço dos transportes públicos. “Veremos quem estará ao lado do governo e quem estará ao lado das pessoas”, anunciou o deputado António Lima.
O deputado do Bloco lembrou que o governo fez “à socapa”, esta semana, um aumento de 5% no preço dos bilhetes de autocarro, e assinalou que esta foi uma escolha do Governo.
“Esta decisão não é, como quis o presidente do governo fazer crer, uma inevitabilidade. Isso é falso! Não é a inflação que determina o aumento do preço dos transportes terrestres na região. Quem decidiu foi José Manuel Bolieiro e o seu governo.”, explicou António Lima, em conferência de imprensa realizada hoje em Ponta Delgada.
O Bloco considera que este aumento do preço é uma discriminação que penaliza “uma faixa da população que, não tendo outra alternativa, tem que andar de autocarro”.
“O governo não subiu – e bem – o preço da Tarifa Açores devido à inflação. O governo não subiu – e bem – o preço dos transportes marítimos de passageiros. Então, por que motivo o governo não faz o mesmo com os transportes públicos terrestres?”, perguntou António Lima.
“Os utentes dos transportes coletivos terrestres merecem o mesmo respeito”, defendeu o deputado do Bloco, salientando que “o momento atual exige medidas de apoio às famílias e não de penalização de quem utiliza transportes públicos”.
António Lima destacou também que no continente este ano os preços dos transportes públicos não vão sofrer aumentos, mas “nos Açores aumentam”.
“Não é para fazer pior que serve a Autonomia. É para fazer melhor e nisso o governo está a falhar!”, disse o deputado.
O Bloco defende que perante as dificuldades que as pessoas sentem atualmente, o Governo até devia era “reduzir o preço” dos transportes públicos, mas o mínimo dos mínimos seria “não aumentar”.
O Bloco reconhece que as empresas de transporte público coletivo, como todas as outras empresas e todas as pessoas, têm mais custos decorrentes do aumento da inflação, mas considera que “este custo não pode ser imputado aos utilizadores, muito menos nesta fase”.
O Governo até podia aumentar a comparticipação da Região às empresas que prestam este serviço, mas “não pode colocar esta responsabilidade sobre as pessoas que utilizam os transportes públicos”, salientou António Lima.
Recorde-se que o Bloco tem em análise, no parlamento dos Açores, uma proposta para criação de um passe açoriano de mobilidade com um custo máximo mensal de 9 euros. Uma mudança de fundo nos transportes públicos na região que pretende reduzir os custos para os utilizadores e pretende melhorar o serviço.
BE/AÇORES/RÁDIOILHÉU