GRACIOSA | Berta Cabral lembra que desafio da transição energética não pode ser negligenciado por ninguém
A Secretária Regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas defendeu, na Graciosa, que “o desafio da transição energética é premente e não pode ser negligenciado por ninguém, sob pena de graves consequências para o desenvolvimento socioeconómico e para as alterações climáticas”.
Berta Cabral, que falava na sessão de abertura da iniciativa “Os Açores na Rota da Energia”, promovida pela Direção Regional da Energia, em parceria com a ADENE (Agência para a Energia), acrescentou que “é necessário reduzir” a dependência dos Açores neste campo face ao exterior, aumentar a eficiência do aproveitamento dos recursos naturais de que a região dispõe e adotar energia mais limpa com redução da utilização de combustíveis fósseis.
A governante adiantou mesmo que é preciso “ajustar práticas e comportamentos de consumo, eliminando o desperdício e tomando decisões de investimento mais informadas e racionais, seja na compra de casa, de viaturas ou de eletrodomésticos, por exemplo”.
Na opinião de Berta Cabral, “tudo isto visa garantir segurança no abastecimento às populações e às empresas, a redução dos custos da energia e a redução da emissão de gases com efeito de estufa”.
“Não é por acaso que estamos aqui na Graciosa, pois esta é a nossa “ilha modelo”, tornando-se, pelo seu exemplo, o local ideal para reforçar o eco público relativamente à importância da transição e da eficiência energética”, sublinhou.
A governante reafirmou que “os Açores têm dado passos seguros nesta matéria, com uma assertividade que importa manter”, citando, a título de exemplo, o PROENERGIA eo SOLENERGE – “sistema inédito de incentivos à aquisição e instalação de sistemas solares fotovoltaicos, que já é uma referência e um caso de estudo nacional”.
Destacou, ainda, o “Plano para a Mobilidade Elétrica dos Açores”, documento que se encontra em execução e que“ procura estimular uma alternativa ao modo convencional de transporte baseado em combustíveis fósseis”.
Na última semana, adiantou, o Conselho do Governo aprovou a “Estratégia Açoriana para a Energia 2030”, estabelecendo novas referências orientadoras para o nosso futuro.
“Temos de saber gerir a nossa condição insular, arquipelágica e ultraperiférica, com o desafio da ineficiência das pequenas redes isoladas, mas sabendo aproveitar as potencialidades dos nossos recursos naturais e da inovação tecnológica”, disse ainda.
Berta Cabral referiu-se, também, à aplicação do “Pacto Ecológico Europeu” e a operacionalização do pacote “Fit For 55”, que “serão muito desafiantes, com impactos diretos, imediatos e transversais, como aqueles que já se fazem sentir no turismo – um setor determinante para a economia” dos Açores.
Neste sentido, disse que a realização da iniciativa na ilha Graciosa não foi por acaso, uma vez que esta ilha é um exemplo a seguir (“ilha modelo” e “é a ilha com maior percentagem de utilização de fontes renováveis na produção de eletricidade, onde podemos testemunhar o investimento da EDA e é evidente a viabilidade de projetos privados inovadores, como a Graciólica, que alia a energia solar, a energia eólica e um sistema de armazenamento”.
“Na Graciosa estamos, de facto, a investir no exemplo para o futuro, alocando convictamente meios para superar esse grande desafio societal, incluindo através de majorações no PROENERGIA, de ações no projeto LIFE IP CLIMAZ e da aposta estrutural na mobilidade elétrica suave”, concluiu.
GRA/RÁDIOILHÉU