O CHEGA Açores apresentou ontem na Assembleia Regional um projecto de resolução para combater a especulação dos preços dos bens essenciais que têm sido alvo de aumentos galopantes de preços. Uma medida que pretende atenuar o impacto do aumento dos preços na vida dos açorianos.
No documento, apresentado em Plenário e que vai agora ser debatido em sede de Comissão, o CHEGA recomenda que sejam ouvidas as associações representativas dos consumidores e dos comerciantes, para que se altere o regime de fixação de preços dos diferentes bens, argumentando que os açorianos têm vindo a perder poder de compra devido à pressão inflaccionista.
O projecto de resolução recomenda que se promova, junto dos retalhistas, a identificação dos produtos sujeitos aos regimes de margens fixas, devendo o executivo estender o relatório de monitorização de preços a todas as ilhas do arquipélago. A recomendação vai também no sentido de se promover, em todas as ilhas, a monitorização da disponibilidade dos produtos abrangidos pelo regime jurídico de preços, intervindo o Governo quando se verificarem “falhas persistentes no abastecimento desses bens”. Ao mesmo tempo, o Governo Regional também deve reunir esforços e activos para fiscalizar se a lei é cumprida.
Na apresentação da proposta, José Pacheco justificou a necessidade de intervenção do Estado com as dificuldades que os Açorianos já estão a sentir a inflacção e o aumento dos preços dos bens essenciais. “Os produtores dizem que estão a fazer um esforço imenso e que estão a assumir alguns custos, mas quando vêem os produtos à venda, estão com margens de lucro de 100% ou 200%. Os lavradores receberam mais 10 ou 20 cêntimos por litro de leite, mas nas prateleiras o mesmo leite custa mais 40 ou 50 cêntimos”, explicou.
Neste sentido, o CHEGA entende que tem de ser o Estado a regular e a fiscalizar alguns preços – que já está legislado, mas falta pôr em prática. “Isso é uma obrigação do Estado e não é comunismo – como alguns acusaram. É urgente travarmos isso e trabalharmos todos juntos para defender os açorianos. Isto, num momento em que os açorianos já sentem na algibeira o peso do capitalismo selvagem”, concluiu.
CHEGA/AÇORES/RÁDIOILHÉU