O deputado Rui Martins do CDS-PP afirmou que “devem ser garantidas e renovadas todas a conexões existentes que ligam os Açores ao território continental, os Açores à Madeira e as ilhas entre si”, referindo-se nesta quinta-feira aos cabos submarinos de fibra ótica.
Cumpre recordar que “é responsabilidade da República assegurar a coesão territorial e garantir que a condição ultraperiférica não deixa nenhum português fora”.
Lamentando que tenha sido “feita tábua rasa das recomendações do grupo de trabalho [constituído em 2019] ao qual pertencia o Governo Regional dos Açores”, as quais não se viram refletidas na nova proposta de modelo apresentada em 2021 pela subconcessionária IP TELECOM, Rui Martins defendeu que “as estratégias não podem ser alteradas à revelia da região”.
“Está próximo o fim da vida útil do anel interno que liga as restantes 7 ilhas dos Açores, pelo que é inaceitável que o projeto que o Governo da República prevê implementar não contemple a substituição por Smart Cable que ligam as ilhas entre si”, reiterou, no seguimento daquela que tem sido a posição do CDS-PP Açores ao longo dos anos sobre o assunto.
Por outro lado, apontou que “os Açores ficam ligados por um Anel CAM de alto débito por dois pontos amarração, mas sem redundância”. Redundância que só existe se houver ligação entre São Miguel e Terceira por cabos da mesma natureza entre as duas ilhas. De acordo com Rui Martins, numa Região arquipelágica, com atividade sísmica e vulcânica, “a redundância é crucial para garantir que uma qualquer situação imprevista não é agravada por apagão tecnológico”. Por isso, “a redundância é uma reivindicação da qual não podemos abdicar”.
O CDS-PP defendeu também, que as restantes ilhas devem ser contempladas na renovação da fibra ótica de alto débito, pois “os Açores são nove ilhas e não duas”.
Ademais, e de modo a prevenir que a região possa ficar isolada em termos de comunicações caso surja algum problema com um dos cabos, o CDS-PP alerta ser “fundamental que haja redundância na ligação por fibra ótica do arquipélago ao continente português com pelo menos dois pontos de amarração nos Açores e dois pontos de amarração no território continental”.
Quanto a dúvidas suscitadas sobre a localização do ponto de amarração, Rui Martins explicou que “o ponto de amarração não significa uma situação de privilégio de uma ilha face a outras”. “A substituição do conjunto de cabos submarinos que ligam digitalmente os Açores ao mundo, não se compadece com bairrismos simplórios”, rematou.
Rui Martins teceu também algumas considerações sobre as potencialidades dos Smart Cables na recolha de informação, designadamente dados de pressão, temperatura e ocorrência de sismos “fundamentais para a proteção e segurança dos açorianos”, dados esses que o CDS-PP defende que devem ser partilhados com a Região Autónoma dos Açores.
CDS/AÇORES/RÁDIOILHÉU