A nona edição do Montanha Pico Festival arranca no primeiro fim de semana de janeiro com uma festa, um destaque à região, explica Terry Costa, o diretor artístico da MiratecArts e fundador do festival.
“Os Açores estão em destaque através do Encontro Audiovisual Açoriano, mas também na mostra de obras, num dos maiores ecrãs da região, no Auditório da Madalena.” Além de conferências, masterclass, partilha de experiências, apresentação de estudos e momentos de networking, o programa da mostra, de 6 a 8 de janeiro de 2023, é dedicado ao que se faz nos Açores.”As sessões da noite arrancam na sexta-feira com um documentário produzido nos Açores, pela empresa picoense, Comunicar Atitude. No sábado, vamos apresentar a última longa de ficção, totalmente filmada nas ilhas. E no domingo, um açoriano leva-nos pelo mundo em bicicleta.”
Com sessões às 21h30 no Auditório da Madalena, o documentário “Os livros que ficaram por ler de Pedro Da Silveira”, da realizadora Sandra Cristina Sousa, trata a descoberta de um espólio literário, herança de um intelectual tão exigente consigo, como com os outros, e marca assim o centenário do jornalista, crítico literário, investigador, tradutor, escritor e um importante poeta do Mundo, que nasceu nas Flores, e nunca esqueceu os Açores. No sábado, as audiências têm a chance de ver o filme “Lobo e Cão”, de Cláudia Varejão, que conquistou o prémio principal da competição “Dias dos Autores”, no Festival Internacional de Cinema de Veneza. O filme foi escrito a partir da experiência da realizadora com uma série de jovens em São Miguel, e foi rodado na sua totalidade na ilha. No domingo, a fechar o programa do Encontro, o realizador Nuno Tavares apresenta “A Alma de um Ciclista:” Através de um grupo de ciclistas e do seu interesse comum pela bicicleta clássica, vamos descobrir valores que se vão perdendo na nossa sociedade moderna. O documentário leva-nos numa viagem por cidades e paisagens montanhosas da Europa. O filme já chegou a 39 Festivais de Cinema Internacionais, em 18 países, recebendo 7 Prémios e 3 Menções Honrosas.
Além das sessões da noite, no domingo 8 de janeiro, pelas 17h, o realizador Francisco Rosas apresenta “Cine Esperança”, as experiências e as paixões de quem fez acontecer o cinema na ilha de São Miguel, enquanto que no sábado às 16h vão ser apresentadas curtas produzidas nos últimos dois anos, nos Açores. “Cemitério Vermelho” de Francisco Lacerda, filmado na ilha de Santa Maria; “The Lonely Doryman” de Noah Duarte, com o apoio de Islanders Productions; a terceirense Sara Leal apresenta “Fake Plastic Flower”; e o Bruno Correia, da RTP Açores, vai estrear a sua última história, “À la minute”, antes de passar no pequeno ecrã. “Desde cedo me indignei com as injustiças e com a discriminação. Quando passei a ter ao meu alcance uma ferramenta para passar uma mensagem, descobri que essa era a minha missão. Enquanto me for dada a responsabilidade não vou desperdiçar nenhuma oportunidade para mostrar que não há divisões entre os humanos. Se conseguir reduzir ou eliminar os preconceitos de pelo menos uma pessoa, com cada um dos meus filmes, então já terá valido a pena o tempo e a dedicação que investi em cada um deles,” explica Bruno Correia, que faz parte da equipa da RTP Açores há 23 anos.
O Montanha Pico Festival continua até 31 de janeiro, apresentando 18 sessões, com mais de 30 filmes, nos três concelhos da ilha do Pico. Além de ser a anfitriã, a montanha mais alta de Portugal também está bem destacada, como cenário e personagem de dois filmes, aqui apresentados em retrospetiva: “Cinzento e Negro” de Luis Filipe Rocha, e “Coração Negro” de Rosa Coutinho Cabral.
MIRATECARTS/RÁDIOILHÉU