O Governo Regional dos Açores pretende reforçar a aposta no segmento da pequena pesca, de forma a garantir a sua sustentabilidade e sobrevivência.
Falando no Congresso da Pequena Pesca, que decorreu ontem no Centro Autárquico de Quarteira, concelho de Loulé, o Secretário Regional do Mar e das Pescas considerou que “a atratividade para a pequena pesca tem se assumido como uma enorme preocupação para o Governo dos Açores, sobretudo ao nível da renovação geracional”.
“Pretendemos aprofundar o desenvolvimento de políticas direcionadas para faixas etárias mais jovens para garantir a sustentabilidade social e económica de um segmento, o da pequena pesca, que é o mais representativo na Região Autónoma dos Açores”, disse.
Segundo Manuel São João, a competitividade do setor e a valorização da atividade, quer ao nível dos seus profissionais quer dos produtos provenientes da pequena pesca, depende em muito da exploração dos recursos, ressalvando-se dois aspetos fundamentais nas políticas implementadas.
“Uma primeira relativa às diretrizes que o Governo Regional tem colocado em prática em termos do estabelecimento de quotas regionais para espécies que pretendemos venham a assumir um valor de mercado mais relevante, com reflexos nos ganhos e na produtividade do setor. Uma segunda nota para os inovadores processos de cogestão em curso na Região Autónoma dos Açores pelo Governo Regional em relação, primeiro a um produto único dos Açores e que apenas se circunscreve á ilha de São Jorge, a produção de ameijoa e, um segundo, mais abrangente e com maior significado junto da pequena pesca que é o processo de cogestão do chicharro”, frisou o Secretário Regional do Mar e das Pescas.
O governante acrescentou que “é uma espécie com grande tradição nos Açores, quer na captura quer no consumo, e que se pretende, em conjunto com os diversos ‘stakeholders’, que se torne um produto emblemático dos Açores no exterior, à semelhança do que acontece com espécies mais valorizadas como é o caso dos tunídeos”.
Manuel São João enfatizou ainda a presença do Governo dos Açores neste encontro, “uma importante participação num evento de dimensão nacional onde estão em debate temas e preocupações que são transversais ao setor, também nas regiões autónomas”.
O Congresso da Pequena Pesca foi organizado pela Docapesca, reunindo organizações de produtores, associações de armadores, estaleiros de construção e reparação naval, organizações não-governamentais, universidades e centros de investigação.
O Congresso da Pequena Pesca realizou-se no Ano Internacional da Pesca e da Aquicultura Artesanais, declarado pela ONU com o objetivo de aumentar a consciencialização sobre o papel da pesca em pequena escala e da aquicultura para os sistemas alimentares, meios de subsistência, cultura e meio ambiente, bem como, fortalecer a interação ciência-política, capacitar as partes interessadas a agir e construir novas parcerias assim como fortalecer as já existentes.
GRA/RÁDIOILHÉU