Os deputados socialistas eleitos pela ilha do Faial salientaram, esta quarta-feira, que a Escola do Mar, criada pelo anterior Governo Regional, já devia estar por esta altura em “velocidade cruzeiro” e não “permanentemente envolvida em trapalhadas”, lamentando que este Governo Regional não tenha sabido dar continuidade ao projeto, desenhado para contribuir para o desenvolvimento da ilha do Faial e dos Açores.
As declarações surgem depois, de no dia anterior, ter vindo a público que a Escola do Mar dos Açores está a funcionar apenas com o Presidente do conselho de administração, uma vez que perdeu dois dos seus membros, por demissão. O incidente terá levado o presidente em funções a passar uma procuração a uma adjunta do secretário regional Manuel São João, como último recurso, porque se não o fizesse a gestão corrente da instituição não poderia ser garantida.
Tiago Branco lamentou que este Governo “não tenha tido competência suficiente para dar continuidade à Escola do Mar, um investimento de cerca de 7,2 milhões de euros, inaugurado no final da anterior legislatura e que tinha a ambição “de ser uma referência na formação nas áreas relevantes para as profissões do mar, a nível nacional e internacional”.
“A Escola do Mar dos Açores foi inaugurada, tinha um Conselho de Administração competente em funções e estava já em processo de apetrechamento e finalização da certificação da sua oferta formativa. O que vemos, passados dois anos deste Governo, é a destruição deste sonho por uma completa incompetência da tutela nesta matéria”, lamentou Tiago Branco.
O parlamentar lembrou que a Escola do Mar, que tem como parceiros institucionais a Universidade dos Açores, a Escola Superior Náutica Infante D. Henrique e a Câmara Municipal da Horta, foi projetada como “uma escola moderna, funcional, equipada com diversas valências e concebida para desenvolver uma formação de excelência”.
Todavia, sublinhou o deputado socialista, as sucessivas trapalhadas do Governo da coligação “têm deixado a Escola do Mar dos Açores para trás”, exemplificando com as “constantes mudanças nos órgãos diretivos da instituição, com sucessivos episódios de conflitos e de demissões nas administrações”.
Já a deputada Ana Luísa Luís lamentou que “numa altura em que a EMA obteve a sua certificação para a catapultar a nível internacional e de forma diferenciada”, surja “mais este episódio de instabilidade”.
A socialista apresentou, ainda, a sua solidariedade para com os colaboradores da EMA que, “desde o primeiro dia deram o seu máximo e empenharam toda a sua disponibilidade para erguer esta infraestrutura, que conta com um dos melhores Parques de Limitação de Avarias existentes no país”.
Ana Luísa Luís frisou, também, que a Escola do Mar dos Açores “tinha por objetivo a incrementação internacional e captação de alunos no estrangeiro, incluindo os países PALOP, não se sabendo nada sobre isso nos dias que correm”.
“Infelizmente para a ilha do Faial, a Escola do Mar dos Açores está sem norte, em permanente rebuliço e neste momento não constitui a mais-valia de conhecimento e formação para o qual foi projetada. A nossa ambição era muito maior”, finalizou a deputada do GPPS, Ana Luísa Luís.
GPPS/AÇORES/RÁDIOILHÉU