SÃO JORGE

SÃO JORGE | Nuno Barata em visita oficial: Elogios à gestão da UNIQUEIJO, lamentos ao alarmismo criado na crise sísmica e críticas ao PS pelo abandono do Centro de Saúde das Velas.

Visita UNIQUEIJO
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A Gestão da UNIQUEIJO – União de Cooperativas de Lacticínios de São Jorge é um bom exemplo a ser seguido no resto da Região, enquanto o abandono do Centro de Saúde das Velas é um mau exemplo a não replicar nas noutras ilhas.

Foi com estas duas constatações que Nuno Barata, Deputado da Iniciativa Liberal no Parlamento dos Açores, iniciou, esta quarta-feira, uma visita de 5 dias à ilha de São Jorge, lamentando o alarmismo provocado em torno da crise sismovulcânica e criticando o abandono a que os sucessivos Governos Regionais do PS votaram os serviços de saúde na Região.

“As nossas primeiras visitas em São Jorge têm que ver com dois processos com os quais importa aprender bem para que se possam levar como lição para medidas semelhantes em outras ilhas. O caso da UNIQUEIJO é um caso de sucesso de reestruturação do setor cooperativo, representando uma recuperação sucesso. O caso do Centro de Saúde das Velas importa perceber aquilo que não pode ser feito nos Açores. Foi uma herança pesada que recebemos nesta legislatura e que resultou do abandono completo de infraestruturas de saúde como esta, como foi feito pelos sucessivos governos do PS”, disse o parlamentar em declarações aos jornalistas.

No caso da reestruturação do setor cooperativo, vital para a economia da ilha, Nuno Barata apontou que, “apesar de o Governo Regional ter investido dinheiro público no setor, o processo de fusão das Cooperativas Finisterra, dos Lourais e da Beira, resultou num sucesso enorme”, salientando que a gestão que tem vindo a ser desenvolvida redundou num aumento do queijo com certificação DOP (Denominação de Origem Protegida), no pagamento do leite aos produtores acima da média regional, na atribuição de bonificações anuais aos produtores em função das margens de lucro das cooperativas, no aumento da venda de queijo e no aumento das mais valias resultantes da valorização do leite entregue nas fábricas.

“Estamos a falar de cooperativas que têm conseguido retirar o enorme peso que traziam às costas das dívidas do passado e que, nalguns casos, apresentam uma autonomia financeira de 76%, existindo poucas empresas nos Açores que se possam dar ao luxo de dizer que têm esta margem de autonomia financeira”, afirmou após reunir com a Direção da UNIQUEIJO, na unidade industrial do lugar da Beira.

Saúde é herança pesada

Descendo ao centro da Vila das Velas, o parlamentar liberal reuniu com o Presidente do Conselho de Administração da Unidade de Saúde da Ilha e visitou as obras em curso de ampliação e beneficiação profunda da unidade de saúde, que provisoriamente está a funcionar nas instalações da Escola Básica e Secundária das Velas.

“Não se olhou para a questão da saúde com as preocupações que uma população como a de São Jorge, já bastante envelhecida e numa ilha com 8 mil habitantes, carecia, isto é, com uma visão mais cuidada e com maior acutilância, que garantisse, no futuro, os cuidados de saúde familiar e primários fundamentais para a estabilidade social que a ilha precisa”, atirou, criticando “a herança pesada que recebemos nesta legislatura e que resultou do abandono completo de infraestruturas de saúde como esta, como foi feito pelos sucessivos governos do PS”.

Constatando todos os atrasos registados numa obra que se iniciou ainda sob a governação socialista e que parou ainda na mesma governação, com um projeto que pretendia apenas lavar a cara a um edifício que é propriedade da Santa Casa da Misericórdia local, Nuno Barata advertiu: “apesar de se ter perdido também algum tempo por força de alguma euforia que se criou em torno da crise sísmica deste ano, ainda bem que não aconteceu nada de grave em São Jorge como o alarmismo que se fez, porque São Jorge não estava preparado para, ao nível dos serviços de saúde, receber ninguém em caso de uma catástrofe que, a certa altura, chegou a ser aventada. Felizmente, agora, a obra está a decorrer, vai ficar concluída e a renovada infraestrutura será dotada de mais valências para receber os habitantes de São Jorge e os que, eventualmente, estejam cá a visitar a ilha com outra qualidade e dignidade”.

Não é como começa, mas sim como acaba

Revelando que tem mantido “uma atitude bastante critica, mas construtiva, em relação ao Governo Regional e em relação a várias matérias”, o eleito da IL/Açores frisou que tem “apresentado várias medidas e soluções, no Parlamento, para que, no final da legislatura, dure ela o quanto durar, possamos todos dizer e os Açorianos todos sentir que estamos melhor do que o que estávamos quando a legislatura se iniciou”.
Neste sentido, destacou, “importante é dar muita atenção à estabilidade ambiental, social e económica.

Vivemos numa Região sujeita a situações várias, mas o chavão da sustentabilidade tem que ser operacionalizado no terreno. A sustentabilidade social, económica e ambiental não é compaginável com atos de destruição do melhor que nós temos, em função de alguns apetites eleitorais, se queremos garantir que São Jorge cresce como todas as outras ilhas e cresce consolidadamente, nomeadamente no setor agrícola, que tem uma enorme importância, no setor social, pelos problemas demográficos que tem vindo a registar, e no setor do turismo”.

IL/AÇORES/RÁDIOILHÉU

Mauricio De Jesus
Maurício de Jesus é o Diretor de Programação da Rádio Ilhéu, sediada na Ilha de São Jorge. É também autor da rubrica 'Cronicas da Ilha e de Um Ilhéu' que é emitida em rádios locais, regionais e da diáspora desde 2015.