O vulcanólogo Victor Hugo, Catedrático Jubilado da Universidade dos Açores, afirmou que “constituiu um enorme erro os científicos oficiais manterem a posição V4 durante dias sucessivos assustando a população de S. Jorge”. O alerta V4 significa perigo iminente de explosão vulcânica.
Na crise de São Jorge, que começou a 19 de março, nunca existiu o característico “tremor vulcânico” que anuncia o desenvolvimento de fenómenos vulcânicos. Por isso, disse o vulcanólogo ao jornal Correio dos Açores, manter o alerta V4 foi um erro.
“Quem tinha posses financeiras fugiu para as ilhas vizinhas e algumas famílias ainda permanecem refugiadas no Faial, no Pico e na Terceira. Aliás, o denominado CIVISA, da Universidade dos Açores, geriu com espantoso medo toda a recente crise sísmica de São Jorge.
E o IVAR, “gémeo” do CIVISA, também andou a “patinar” na classificação da crise”, refere Forjaz. Nuns dias, o IVAR “considerou-a com o designativo de crise tectónica; noutros dias classificavam-na de crise vulcânica. Esse deambular de opiniões gerou enorme confusão”, referiu o cientista.
Além do mais, “o CIVISA não soube coordenar os trabalhos científicos realizados em São Jorge. Àquela ilha chegaram equipas de Lisboa, de Aveiro, de Évora, de Madrid, etc., que realizaram os seus trabalhos e nem deram conta deles, nem das respetivas conclusões. Não houve troca de interpretações…”
Segundo Forjaz, as forças armadas aproveitaram para fazerem “um exercício em tempo real”. E o vulcanólogo não gostou de ver andarem a “catar” portinhos na costa Norte, quando “toda a gente os conhece”.
Segundo Forjaz, “perdeu-se uma boa oportunidade para a Região e o país demonstrarem a respetiva idoneidade em cenários tectónicos importantes”.
DIÁRIOINSULAR/RÁDIOILHÉU