“É sempre bom quando a indústria consegue encontrar novas armas terapêuticas”
Gustavo Tato Borges
Tato Borges diz que os dois medicamentos aprovados nos EUA serão mais um instrumento para os Açores, região com o menor número de óbitos do país.
Gustavo Tato Borges, vice-presidente da Associação de Médicos de Saúde Pública, defende que os dois medicamentos contra a Covid-19 aprovados já nos Estados Unidos da América, pela FDA, representarão uma situação ainda mais controlada para os Açores, região que registou o menor número de óbitos devido à doença em todo o país.
“É sempre bom quando a indústria consegue encontrar novas armas terapêuticas”, assinalou Tato Borges, antigo presidente da Comissão de Acompanhamento da Luta Contra a Pandemia nos Açores, em declarações ao DI.
O médico prevê que a Agência Europeia do Medicamento aprove os dois tratamentos “em breve”, para “reduzir ainda mais a mortalidade”. A medicação surge para “encurtar o período de doença” e ajudar a “evitar doença grave e morte”.” “Será muito bom para todo o serviço de saúde português, nacional e também para os regionais”, resumiu Tato Borges.
O vice-presidente da Associação de Médicos de Saúde Pública lembrou que, de acordo com o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS) os Açores registaram até hoje 50 óbitos por Covid-19, o menor número do país, quando, por exemplo, a Madeira atingiu 118.
Mesmo com os dois medicamentos, que podem ficar, a curto prazo, disponíveis na Europa, Gustavo Tato Borges considerou que é demasiado cedo para esquecer a pandemia. “Não temos ainda uma arma que evite a transmissão da doença. Podemos pensar nisso quando existir uma vacina que evite essa transmissão ou quando todo o mundo estiver protegido com estas vacinas, mas o mundo tem estas desigualdades”, afirmou.
Esta semana, dois medicamentos contra a Covid-19 foram aprovados pela FDA (Food and Drug Administration). A agência reguladora dos Estados Unidos da América deu luz verde aos antivirais desenvolvidos pela Pfizer e pela Merck (MSD). O primeiro tratamento a ser aprovado, na quarta-feira, foi o da Pfizer e o da Merck avançou um dia depois. O comprimido da Pfizer tornou-se, assim, o primeiro tratamento oral nos EUA para combate à doença.
Será vendido com o nome de Paxlovid e só pode ser comprado com receita médica. Deve ser tomado, no máximo, nos primeiros cinco dias após o aparecimento de sintomas. A Pfizer tem já a distribuição preparada e planeia aumentar a produção de 80 para 120 milhões no próximo ano. Os ensaios provaram que o medicamento tem uma eficácia de 90% na prevenção de hospitalizações e mortes.
Os últimos números da DGS apontam que, desde o início da pandemia, a região de Lisboa e Vale do Tejo registou 480.085 casos e 7.936 mortes. Na região Norte registaram-se 463.049 infeções e 5.747 óbitos e, na região Centro, 180.532 infeções e 3.333 mortes. O Algarve revela 55.327 contágios e 572 óbitos e o Alentejo 45.131 casos e 1.084 mortos por Covid-19. A Madeira registou 18.008 infeções e 118 mortes e os Açores 10.962 casos e 50 óbitos.
DIÁRIOINSULAR/RÁDIOILHÉU