
A dimensão humana, sacrificada pela pandemia do Covid-19, existe para além das questões de saúde pública, que merecem toda a preocupação. No que respeita aos jovens do nosso país e da nossa região, o futuro, tanto económico como social, ficou, uma vez mais, hipotecado. Muitos jovens vivem hoje situações dramáticas, causadas pela instabilidade e pela vulnerabilidade decorrentes das consequências da pandemia Covid-19. A tão desejável e almejada emancipação condigna da nossa geração fica em suspenso, não fosse a nossa geração, a geração do pára-arranca, marcada, constantemente, pelos percalços da vida.
Dado que o nosso país e a nossa região já pensam no “pós-covid”, e são muitas as medidas discutidas, urge incluir a juventude nas prioridades da ação governativa. Proporcionar àquela que é a juventude mais bem preparada e mais qualificada de sempre, a possibilidade de alcançar um lugar decente na sociedade onde vive, deve ser um desígnio imediato e não para amanhã.
Uma sociedade que deve assentar na igualdade de oportunidades, na meritocracia, na liberdade e na consagração de direitos básicos, como seja o acesso à educação, à habitação, à saúde, ao trabalho, à segurança social e à cultura. É determinante que se solucione todas as situações que possam constituir impedimentos ao usufruto dos direitos básicos da vida em sociedade, por parte dos nossos jovens. O dever do Governo Regional é o de identificar, agir e antecipar os problemas que afetam a juventude açoriana, em linha com a visão dos jovens e das suas organizações que os representam.
Para isso, são necessárias políticas públicas integradas e coerentes, voltadas para os anseios e problemas das novas gerações. São precisas políticas que acompanhem de perto as transformações que exigem para uma sociedade mais próspera, mais livre e mais equitativa. Estas políticas devem-se traduzir em medidas favoráveis à criação de
emprego e a um investimento mais efetivo na educação e na saúde. Queremos melhores condições para que as nossas empresas possam prosperar e criar emprego. Sim, porque entendemos que é pela valorização da iniciativa privada
que o futuro da economia da Região será melhor.
Para nós, basta do Governo subsidiar, esperando, por sua vez, pelo respetivo retorno, por meio da filiação partidária. Para nós, basta que hajam filhos e enteados no acesso ao emprego público. Numa Região como a nossa exige-se transparência e valorização do mérito de cada um. Esse deve ser o propósito de qualquer sociedade que se quer equilibrada, sem poderes absolutos nem usos indevidos do poder público. Queremos, por isso, salvaguardar o futuro das novas gerações, que não querem mais 20 anos de poder absoluto. Um poder, de partido único, que não escuta, mas que cisma em fazer-se ouvir e a impor-se.
É urgente que a juventude açoriana levante a sua voz e lute por si e por todos aqueles que se acomodam. É urgente que a juventude erga os seus horizontes e pense sobre a sociedade que quer para o amanhã. Uma sociedade com esperança. Com futuro. É nos momentos de crise económica e social que conseguimos encontrar forças para inverter o rumo negativo que se tende a trilhar. Só com a força das nossas convicções é que conseguiremos enfrentar as ameaças que afrontam as nossas vidas. Apesar do Covid-19, mas sobretudo devido à falta de ideias do governo
que nos desgoverna há mais de 20 anos, acredito que a minha geração conseguirá dar a voltar por cima, com garra e determinação. O caminho tem de ser diferente. Os paradigmas têm de ser alterados. Unidos e fortes, ultrapassaremos a pandemia e daremos fim à maioria que governa a nossa Região. Para bem da nossa geração. Para bem de todos nós.
CDS-PP/MM/RÁDIOILHÉU